Em mensagem divulgada pouco antes de seu 90º aniversário, o 14º Dalai Lama afirmou que haverá sucessor e que o Gaden Phodrang Trust — fundado por ele — terá autoridade exclusiva para reconhecer sua próxima reencarnação, seguindo a tradição budista tibetana.
Por que isso gera tensão
A China insiste em controlar o processo via o ritual da “urna dourada” e requerer aprovação estatal, alegando base em leis históricas, enquanto o Dalai Lama defende a autonomia tibetana contra interferência política.
Aspectos inovadores
- O sucessor pode nascer fora da China, até como mulher, conforme sugestão anterior do líder espiritual.
- Detalhes do processo serão deixados por escrito e conduzidos em conjunto com os chefes do budismo tibetano.
Reações internacionais
- O governo dos EUA manifestou apoio à decisão do Dalai Lama, pedindo que a China mantenha distância.
- Beijing respondeu descartando-se que qualquer sucessor não validado por suas regras seria ilegítimo.
- Especialistas apontam que haverá, muito provavelmente, Dalai Lamas rivais — um reconhecido pelos tibetanos no exílio e outro imposto por Pequim.
🧭 Contexto histórico do sistema de reencarnação
- Dalai Lamas são considerados manifestações de Avalokiteshvara, iniciando há décadas com o 1º Dalai Lama no século XV.
- O processo envolve sinais proféticos, meditação no lago Lhamo Latso e testes com itens do Lama anterior.
✍️ Opinião crítica
O anúncio reforça a luta cultural tibetana pela autonomia religiosa. Além de significar continuidade espiritual, trata-se de um movimento estratégico contra o controle de Pequim sobre símbolos sagrados.